Novembro Negro é tema de debate e reúne unidades da Fiocruz

A expectativa é de os próximos debates acontecerem de forma presencial.

Para celebrar o mês dedicado ao movimento antirracista em alusão ao Dia da Consciência Negra, o GT Norte e Nordeste da Fiocruz por Equidade e Diversidade, em parceria com o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça e a Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa) realizaram o debate “Diálogo plurirracial nas instituições: Caminhos na garantia da equidade”. Com representantes da Fiocruz Ceará, Piauí e Rondônia, o encontro virtual aconteceu na última segunda-feira (27/11) e foi transmitido pelo canal do Youtube da Fiocruz Ceará.

Com mediação da pesquisadora da Fiocruz Ceará Luciana Alleluia, o debate contou com a participação de Jessyka Rodrigues, travesti negra, assistente social, pesquisadora da Fiocruz Piauí e mestra em políticas públicas pela UFPI e do biólogo Gil Mota Amaral, mestrando do programa de pós-graduação em Biologia experimental (PGBIOEXP) e pesquisador do Laboratório de Microbiologia da Fiocruz Rondônia;

Luciana Alleluia destacou a importância do movimento que reúne representações do Norte e Nordeste. “Juntos, estamos fomentando e garantindo que este debate se amplie, para que possamos pensar em ações que alcancem ainda mais espaços, ambientes e pessoas”, defende. Segundo a mediadora, as práticas antirracistas não devem se restringir ao mês de novembro, pois considera que falar sobre o racismo e os privilégios estruturais estão na ordem do dia. “O excesso de privilégio da branquitude, assim como as desvantagens políticas, sociais e econômicas da negritude não podem ser confortáveis, principalmente para as pessoas beneficiadas pelo racismo. É fundamental que essa temática esteja nas instituições. Que este seja o primeiro de muitos encontros para sermos ouvidos, respeitados e considerados”, afirma.

A travesti negra Jessyka Rodrigues também alertou sobre a amplitude da importância das ações relativas ao Novembro Negro, mas destacou que estas ações devem ultrapassar a data. “Para além do feriado de 20 de novembro ser mais uma ferramenta de nos aproximar da nossa ancestralidade, multiplicando as discussões”. Segundo a integrante da comissão executiva do Fórum Internacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), racismo e homofobia andam de mãos dadas. “Devemos redobrar nossa atenção para dentro das ações de enfrentamento ao racismo, agregando também o enfrentamento à transfobia e demais bandeiras interrelacionadas, resistido a qualquer forma de opressão. Defendemos o empoderamento coletivo e ampliado e pedimos para que lutem por nós também”, ratifica Rodrigues.

Jessyka ressalta ainda a necessidade de se construir coletivamente políticas públicas para esta população, de forma a possibilitar outras narrativas e que todas e todos estejam inseridos neste cenário. “Apesar de tudo que ainda temos a evoluir, estamos felizes com a retomada da democracia, respeito e diálogo, tendo espaço inclusive para criticar correndo menos riscos. Creio que nosso maior desafio agora é construir o próximo Novembro Negro durante todo o ano e também pensar que o movimento precisa de recursos para crescer. Quem está lá também possa pensar em quem até hoje não acessou recursos, informações e meios de avançar. Espero que este seja um passo inicial que se amplie e que possamos colaborar para construir um Brasil com mais equidade”, defende.

Gil Amaral enalteceu a iniciativa de discutir o tema dentro da academia. “Nós, enquanto Fiocruz, devemos trazer o movimento para ainda mais próximo de quem faz ciência. Cada um de nós, enquanto instituição, devemos alertar sempre sobre as problemáticas como racismo, machismo e transfobia, dando a cada uma delas a real importância que o problema merece”. O pesquisador da Fiocruz Rondônia citou como exemplos de ações que amplificam e externalizam os temas os projetos desenvolvidos com as crianças e adolescentes, dentre eles o Provoc (Programa de Vocação Científica). “Assim estamos aproximando esses jovens da ciência e amenizando a falta de representatividade na academia. É nosso papel conscientizar que este é um problema de todos e não só dos negros e negras”, considera.

Gil Amaral enalteceu a iniciativa de discutir o tema dentro da academia. “Nós, enquanto Fiocruz, devemos trazer o movimento para ainda mais próximo de quem faz ciência. Cada um de nós, enquanto instituição, deve alertar sempre sobre as problemáticas como racismo, machismo e transfobia, dando a cada uma delas a real importância que o problema merece”. O pesquisador da Fiocruz Rondônia citou como exemplos de ações que amplificam e externalizam os temas os projetos desenvolvidos com as crianças e adolescentes, dentre eles o Programa de Vocação Científica (Provoc). “Assim estamos aproximando esses jovens da ciência e amenizando a falta de representatividade na academia. É nosso papel conscientizar que este é um problema de todos e não só dos negros e negras”, considera.

Íntegra do debate

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