História



A implantação da Fiocruz Ceará é resultado dos esforços conjuntos da Fundação, dos Governos Estadual e Municipal e das quatro universidades cearenses para promover novas abordagens e alternativas que favoreçam a consolidação e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), e, como consequência, reduzam as desigualdades regionais do país, por meio da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O marco histórico da Instituição no Ceará data do dia 30 de junho de 2008, quando o então Governador Cid Gomes criou o Comitê Estadual para Implantação da Unidade Avançada da Fundação Oswaldo Cruz no Estado, por meio do Decreto Estadual Nª 29.342. O primeiro escritório técnico da Fiocruz Ceará foi implantado em 2009 e funcionava no 13° andar da Torre Saúde do Complexo São Mateus, em Fortaleza, com dois principais objetivos: fortalecer e qualificar a Atenção Primária à Saúde e estimular a produção industrial na área da saúde no Ceará.

Visando alcançar o primeiro grande objetivo, foi estruturada a RENASF – Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família, em parceria com instituições de ensino e pesquisa da região e secretarias de saúde, responsável em 2012, pelo primeiro Mestrado Profissional em Rede em Saúde da Família, com a formação de 94 mestres em 2014. Atualmente, a RENASF conta com 29 instituições de ensino, já formou 396 mestres na Região Nordeste e continua fomentando a pesquisa e o ensino, tendo inclusive aberto sua primeira turma de Doutorado Profissional em Saúde da Família.

Em paralelo, o Governo do Estado, adquiriu, em 2010, um terreno de 70 hectares, à margem da Lagoa da Precabura, que separa Fortaleza do município do Eusébio, para desenvolver o Distrito de Inovação em Saúde, na época chamado de Polo Industrial e Tecnológico da Saúde (PITS), e doou 32 hectares à Fiocruz, instituição âncora do Distrito. Foi um passo importante para alcançar o segundo grande objetivo da Fundação no Ceará: estimular a produção industrial na área da saúde. À época, o presidente da Fiocruz era o médico cearense, doutor em saúde pública, Paulo Gadelha, que comandou a instituição entre 2009 e 2012.

Após dez anos de um trabalho construído há muitas mãos, a sede atual foi inaugurada no dia 26 de junho de 2018, com a presença do Governador Camilo Santana e da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. Um momento decisivo para o Ceará avançar como referência em pesquisa e desenvolvimento tecnológico e industrial na área da saúde, com pesquisadores atuando nas áreas temáticas da Saúde da Família; Saúde e Ambiente; Biotecnologia e Saúde Digital.

Atualmente, a estrutura da Fiocruz Ceará contempla um prédio de gestão e ensino, um prédio de laboratórios, auditório, um prédio de facilities e a Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19, equipamento inaugurado em 24 de agosto de 2020, com o objetivo de ampliar a capacidade nacional de processamento de amostras, ação fundamental para a vigilância epidemiológica do coronavírus e o enfrentamento da pandemia mundial, que teve o primeiro caso registrado no Brasil, em fevereiro de 2020.

Já o prédio de laboratórios iniciou suas atividades em julho de 2020 com a montagem das Plataformas de Anticorpos/Nanocorpos e Nanotecnologia, duas das quatro plataformas multiusuário desenvolvidas na área de biotecnologia. O bloco receberá ainda as plataformas de Bioinformática, Epidemiologia Molecular e Imuno Parasitologia e Proteômica, além dos laboratórios de Saúde Digital, de Bio-Manguinhos, e ainda o escritório que vai coordenar a implantação do Distrito de Inovação em Saúde.

Com a consolidação do Distrito de Inovação em Saúde, a Fiocruz decidiu construir uma unidade de Bio-Manguinhos da Fiocruz Ceará. O Complexo Tecnológico em Insumos Estratégicos em Eusébio (CTIE), de Bio-Manguinhos, localizado ao lado do Campus Fiocruz, encontra-se na fase de elaboração do projeto executivo das Áreas Administrativas, de Desenvolvimento Tecnológico e do Almoxarifado.

Em paralelo, estão em discussão os projetos das instalações de produção de ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs), que serão construídos em etapa posterior. No CTIE serão produzidos, inicialmente, os IFAs de diversos biofármacos, fruto de parcerias que Bio-Manguinhos/Fiocruz tem em andamento. A produção acontecerá em diferentes plataformas, tais como E. Coli, CHO, SP2 e células vegetais, ampliando a gama de produtos a serem ofertados à população, visando combater os grandes problemas de saúde pública brasileira em função das prioridades do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Fiocruz Ceará é o primeiro parque do Brasil que integra projetos de inovação tecnológica na produção de medicamentos, insumos e diagnósticos, para atender da saúde básica à medicina de alta complexidade.