Carlile Lavor – Primeiro Coordenador Geral – 2012 a 2022
Antônio Carlile Holanda Lavor nasceu em Jucás, no Ceará, em 23/08/1940, filho de Cândido Lavor e de Lucíola Holanda Lavor. Seu pai era farmacêutico prático e sua mãe, de prendas domésticas.
Após estudos iniciais em sua cidade natal, Antônio Carlile vai estudar no Crato-CE, onde cursou o ginasial e o primeiro e o segundo ano científico no Colégio Diocesano do Crato; em 1958, transferiu-se para a capital cearense, completando o científico no Colégio Fortaleza.
Em 1959, Carlile ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). Quando universitário, foi bolsista do Instituto de Medicina Preventiva do Ceará (IMEP-UFC). Nesse instituto trabalhou no Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Medicina nos três últimos anos da graduação. Conclui a graduação em 1964 e em 1965, com bolsa da CAPES, vai para o Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para se especializar em Microbiologia.
De junho de 1967 a fevereiro de 1969, Carlile dirigiu o Laboratório de Microbiologia do Hospital das Clínicas da UFC e o laboratório do Hospital (Sanatório) de Maracanaú, integrante da Campanha Nacional Contra a Tuberculose.
Foi professor da Universidade de Brasília de 1969 a 1978. Nos primeiros cinco anos, dirigiu o Laboratório de Microbiologia do Hospital Escola da Faculdade de Medicina da UnB e dedicou-se ao ensino de microbiologia.
Nos cinco anos seguintes, trabalhou no Programa Integrado de Saúde Comunitária de Planaltina, Distrito Federal (DF), que reunia a Universidade de Brasília e as Secretarias de Saúde e de Serviço Social do DF. Lá começou as pesquisas que resultariam na criação do agente comunitário de saúde, de onde viria o Programa Saúde da Família (PSF), para depois se tornar a Estratégia Saúde da Família, o fundamento do atual Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 1966, Antônio Carlile deu-se um dos fatos mais marcantes de sua vida, o casamento com a sua conterrânea Míria Benevides Campos; companheira tantas vezes citada por Carlile com saudade e como co-criadora do serviço de agentes comunitários.
O casal instala-se em Jucás, onde funda a primeira escola de ginasial da cidade, mas volta para a capital em 1967, para Míria prosseguir a sua graduação em Serviço Social.
Carlile e Míria foram aprovados em 1978 no concurso público para o recém-criado quadro sanitaristas, instituído como carreira de estado, da Secretaria de Saúde do Ceará (SESA).
De 1979 a 1986, Carlile e Miria desenvolvem as pesquisas que complementaram os estudos iniciados em Planaltina-DF, para a criação do agente comunitário de saúde.
Seu primeiro contato com a Fiocruz veio com o Curso Básico de Saúde Pública (Fiocruz/UFC), que o permitiu atuar como sanitarista na Regional de Saúde de Iguatu, que abrangia 14 municípios, inclusive Jucás, onde passou a residir. Então as pesquisas em no Distrito Federal permitiram a criação do agente comunitário de saúde, adaptado às condições de trabalho do sertão nordestino.
Em junho de 1986, Carlile assume a direção do Departamento de Ações Básicas em Saúde da SESA e, em março de 1987, ascende ao cargo de Secretário de Saúde do Estado na primeira administração do Governador Tasso Jereissati, permanecendo no mesmo até abril de 1988.
Nesse período, contratou 6.000 agentes comunitários de saúde para um trabalho emergencial por um ano. Os agentes de saúde transformaram-se em programa permanente da Secretaria e, em 1991, foi adotado pelo Ministério da Saúde.
Carlile foi Secretário de Saúde de Iguatu de 1989 a 1991, quando ajudou a criar o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Ceará, assumindo a Presidência de sua primeira Diretoria e a Vice-Presidência do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde.
Foi prefeito de Jucás de 1993 a 1996, tendo presidido a Associação dos Municípios do Ceará no mesmo período. Em sua gestão municipal, dedicou-se especialmente à campanha de escolarização das crianças de 7 a 14 anos, contribuindo para a criação do Fundef.
De 2003 a 2007, Carlile e Miria trabalharam na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), envolvidos na criação do Curso Técnico de Agente Comunitário de Saúde.
De maio de 2007 a maio de 2008, Carlile e Míria foram para Angola, contratados pelo Unicef, para assessorarem a implantação de programa semelhante ao de agentes de saúde do Brasil, o Programa Agentes Comunitários de Saúde em Luanda, Angola.
A partir de 2008, Carlile passou a conduzir a implantação e implementação do Escritório Técnico da Fiocruz no Ceará. Com uma interrupção em 2014, quando foi chamado a ajudar o governo angolano a regulamentar o PACS e outra em 2015, quando convidado a retornar à Secretaria da Saúde do Estado.
Carlile foi coordenador geral durante a construção e inauguração (2018) do atual campus da Fiocruz Ceará, cedendo o cargo para a Dra. Carla Celedônio em 6 de janeiro de 2022 mas permanecendo atuante como pesquisador e conselheiro emprestando sua lucidez, intacta aos 82 anos, e experiência às novas gerações de pesquisadores e gestores.
Premiado pelo Unicef, representou o Brasil no Encontro Internacional dos Prefeitos Amigos da Criança, realizado no México, em 1994.


