Oficina debate relação entre Agentes Comunitários de Saúde, Covid19 e Violência

Cerca de 150 ACS de todas as regionais de Fortaleza participaram da oficina.

Com o intuito de analisar as relações entre Covid-19, violência, processo de trabalho e saúde mental de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e seus impactos no processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família durante a pandemia, buscando, por meio da pesquisa, melhorias para o trabalho e serviços prestados à sociedade, a Fiocruz Ceará realizou, nos dias 8 e 9 de setembro de 2022, a oficina “ACS, Covid-19 e Violência”. A pesquisa financiada pela Funcap, PMA-Fiocruz e Harvard/Lemann está sendo desenvolvida em 8 municípios diferentes em distintas regiões do Nordeste brasileiro (Fortaleza-CE, Terezina-PI, João Pessoa-PB, Recife-PE, Sobral-CE, Juazeiro do Norte-CE, Crato-CE, Barbalha-CE).

O encontro contou com a presença de pesquisadores de todos os municípios estudados e teve o objetivo de disseminar os achados da pesquisa e buscar melhorias para o trabalho e serviços prestados à sociedade por esses agentes.

Com coordenação geral da Dra. Anya Pimentel Gomes Fernandes Vieira Meyer (Fiocruz Ceará) e coordenação adjunta da Dra. Aisha Yousafzai (Universidade de Harvard) e da Dra. Ana Patrícia Pereira Morais (Universidade Estadual do Ceará – UECE), o encontro discutiu questões acerca de como o ACS enquanto sujeito / trabalhador / cidadão, em constante enfrentamento com a violência e a vulnerabilidade diante do avanço da pandemia, pode ter seu trabalho comprometido diante do avanço da pandemia na prevenção e promoção da saúde da população assistida pelo SUS. O intuito principal da pesquisa é investigar os reflexos da violência e da Covid-19 sobre os profissionais de saúde e o funcionamento dos serviços de saúde ofertados, além de investigar as repercussões da exposição continuada à violência pelo ACS, difundindo as informações e desenvolvendo ações que possam mitigar estes efeitos. 

Pesquisadores e colaboradores analisaram dados quantitativos e qualitativos coletados.

No primeiro dia de oficina, as atividades foram restritas aos pesquisadores e colaboradores mais diretos da pesquisa. O grupo realizou análise dos dados quantitativos coletados e o acompanhamento das atividades de campo de coleta de dados qualitativos em curso. 

Na sexta-feira, dia 09 de setembro de 2022, a oficina contou com a participação de cerca de 150 ACS de todas as regionais de Fortaleza, sendo recepcionados por um café da manhã e acolhidos por boa música, com apresentação do professor do Renato Moreira, do grupo COVIO (UECE). Participaram da mesa de abertura a professora Anya Vieira-Meyer, coordenadora do projeto e representante da Fiocruz Ceará; Erlemus Soares, Coordenador da Atenção Primária e Psicossocial do Município de Fortaleza, representando a Secretaria Municipal de Saúde (SMS); Luciana Aragão, Gerente da Atenção Primária à Saúde do Município, e Karol Moita, coordenadora da Coordenadoria Regional de Saúde IV (CORES IV). 

A exposição dos dados da pesquisa foi feita no turno da manhã pela pesquisadora Anya Vieira Meyer, que apresentou dados quantitativos coletados pela pesquisa, com destaque para os dados de Fortaleza, mas fazendo também análises e comparações com os dados das outras cidades contempladas pelo projeto. Ana Patrícia Morais, vice-coordenadora do projeto, apresentou a dinâmica que seria realizada no período da tarde, quando os ACS foram divididos em grupos, onde participaram de uma atividade de escuta qualificada. Cada sala ficou sob a responsabilidade de dois pesquisadores. Na ação, os ACS compartilharam as impressões, os desafios e potencialidades, além de apresentar sugestões de qualificação para a categoria no enfrentamento desses desafios. Cada sala, que contava com aproximadamente 20 ACS, foi subdividida em três subgrupos, onde os participantes puderam discutir de forma mais aprofundada os assuntos e deliberar sobre as impressões, desafios, potencialidades e sugestões. 

Divididos em salas, os ACS apresentaram propostas para o enfrentamentos dos desafios.

Após a dinâmica em salas, os monitores e os ACS puderam apresentar suas propostas, montadas em árvores e “gritos de paz”, escolhidos nos grupos. Ao final do encontro, foi prestada uma homenagem aos ACS falecidos vítimas da Covid-19.

O principal objetivo do encontro foi de disseminar os achados da pesquisa em desenvolvimento entre a comunidade científica e, principalmente, para os ACS, dialogando sobre os dados apresentados e buscando captar as necessidades para a formação dos agentes a serem implantadas na próxima fase do projeto.

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