Estudantes do Ensino Médio participam da SNCT na Fiocruz Ceará

A SNCT é considerado o maior evento de popularização da Ciência do País e um dos maiores do mundo.

Dias para conhecer, vivenciar e aprender. Foi com o intuito de incluir jovens estudantes do ensino médio das escolas do Eusébio que a Fiocruz Ceará abriu as portas para recebê-los na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A instituição fez parte do evento nacional, com programação nos dias 14, 19 e 20 de outubro, com atividades que reuniu alunos e pesquisadores, numa troca de saberes em defesa da ciência e do conhecimento.

A abertura oficial das atividades aconteceu na última quinta-feira (19/10). O auditório acolheu cerca de 70 alunos das escolas Ana Bezerra, Eusebio de Queiroz, Francisca Linhares e Manuel Ferreira. João Hermínio, coordenador de Pesquisa da Fiocruz Ceará, deu as boas-vindas aos jovens e falou sobre a alegria de, mais uma vez, recebê-los. “Após a pandemia, conseguimos abrir nossas portas para estes momentos tão ricos de troca de experiências. Vários alunos que saíram do ensino médio e já trabalham com a gente e convivem com pesquisadores e cientistas. Para quem tenha interesse em seguir este caminho, temos algumas opções de entrada, como o Provoc e a Iniciação Científica. Busquem informações, aproveitem, participem e sejam muito bem-vindos”, afirmou.

Em nome da coordenação da Fiocruz Ceará, Adriana Bacelo também enalteceu a presença dos representantes das escolas no campus e afirmou que a ação tem o objetivo de contribuir com as perspectivas dos futuros pesquisadores. Ela falou sobre as diversas áreas de atuação da instituição no estado como portas de entrada para os jovens estudantes. “Nem só nas bancadas e laboratórios fazemos pesquisas. Temos também as áreas de Educação, Saúde e Ambiente e Saúde Digital e atuamos em diferentes frentes e olhares”, ressalta.

A programação seguiu com apresentação cultural com a participação dos alunos da escola Eusébio de Queiroz, que agregou o melhor da música popular brasileira, capoeira e as raízes culturais do país miscigenado e múltiplo na perspectiva da educação antirracista.

Ainda pela manhã, estudantes puderam acompanhar a palestra do pesquisador Gilvan Furtado sobre “Imunoterapia e Terapia Celular”, que abordou o tratamento de alguns tipos de câncer por CAR-T-Cell, terapia que consiste em fazer com que as próprias células do paciente destruam o tumor. Isso acontece com o uso de receptores de antígeno quiméricos (CARs) em células de linfócitos (CAR-T Cell), células de defesa cultivadas no laboratório e colocados de volta no paciente.

A tarde, ocorreu uma Miniconferência virtual com as Meninas na Ciência, marcando o intercâmbio entre Fiocruz Ceará e a Fiocruz Piauí. As bolsistas da Fiocruz (PIBIC, Iniciação Científica e Provoc) Raynara Gabrielle, Maria Luisa Meireles, Amanda Melo, Maria Laura Mendes, Camilly Miranda e Nayani discutiram, junto com as participantes que estavam no auditório, melhorias para o protagonismo feminino na ciência e propuseram mudanças para aumentar a participação das mulheres na área.

A roda de conversa reuniu relatos de dificuldades, exemplos de força de vontade, incentivo de instituições e a necessidade de mais investimentos para momentos como este. Luciana Lindenmeyer, que coordena o projeto Meninas na Ciência pela Fiocruz Ceará, enalteceu a parceria entre as duas instituições e destacou o trabalho com as jovens estudantes. “Espero que tenham sido meses de troca de experiências e enriquecimento pessoal. Iremos preparar um relatório a partir destas discussões que resultará num documento. Nosso intuito é fazê-lo circular nas escolas e na Fiocruz como um produto deste projeto. Nosso debate é uma semente para novas ações”, acredita.

Na sexta-feira (20), a programação continuou com a apresentação dos projetos desenvolvidos no Meninas na Ciência 2023 e uma palestra “Construindo as Moléculas da Vida: DNA e Proteínas”, com as pesquisadoras Anna Carolina Marinho e Bárbara Cibelle Quintela. De forma lúdica, os jovens alunos puderam ver, na prática, através de peças de montagem, o que aprenderam na teoria.

A tarde, os alunos participaram da oficina “Ampliando a visão sobre as Ciências” e tiveram contato com a dança de rua do grupo Breaker, participaram da confecção de bonecas Abayomi com Rayane Vieira e Cel Lemos e finalizaram a programação com dança afro, liderada por Alyne Ewelin.

Saiba mais

As atividades foram iniciadas no dia 14 de outubro, quando os alunos puderam acompanhar, com proteção adequada, o eclipse solar anular do campus.

A SNCT é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que movimenta todas as unidades da Fiocruz e outras instituições ligadas à área, sendo considerado o maior evento de popularização da Ciência do País e um dos maiores do mundo mobilizando escolas, universidades, museus, centros de pesquisa, parques e jardins botânicos.

O tema escolhido para a edição deste ano faz alusão ao Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável e reconhece a importância das ciências básicas para atingir pelo menos sete dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU).

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