Fiocruz Ceará e Prefeitura do Eusébio debatem inclusão e acessibilidade

Representantes da Prefeitura do Eusébio e da Fiocruz Ceará prestigiaram o encontro.

Um momento para discutir, compartilhar e consolidar iniciativas em defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Focado nas pautas da acessibilidade e da inclusão, a Fiocruz Ceará em parceria com a Prefeitura do Eusébio realizou, na última quinta-feira (24/8), o seminário “Conectar e somar para construir inclusão”. O encontro faz parte da programação alusiva à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Deficiência Múltipla.

Tendo a cultura como ferramenta eficaz na educação e divulgação dessas pautas, o seminário iniciou com a apresentação do cordelista Edson Oliveira que, em rima e versos, falou sobre inclusão. A emoção continuou com a participação do Quinteto Nordestino da UEPA, (Unidade especializada a Pessoa Autista), com a apresentação das crianças do Centro Especializado em Reabilitação Fares Andrade Said (CER). “Ninguém é igual a ninguém. Ainda bem”, dizia a canção.

Representando a coordenação da Fiocruz Ceará, a coordenadora de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (CAAPS) e pesquisadora em Saúde da Família e Saúde Ambiente, Vanira Pessoa recepcionou o público destacando a alegria e o privilégio de sediar, celebrar e se emocionar com a iniciativa. “Reconhecemos o esforço de cada pessoa que está aqui para pensar e contribuir nesta luta cada vez mais presente na nossa realidade. Devemos ter como missão colaborar na conquista de mais mentes e corações na defesa desta pauta. A Fiocruz é lugar de conhecimento e pluralidade, patrimônio de todos nós. Estaremos sempre de portas abertas para agregar ainda mais conhecimento do saber, sentir e ser gente”, ratifica.

O prefeito Acilon Gonçalves ressaltou a parceria com a Fiocruz Ceará em várias frentes e destacou que avançar nas questões da acessibilidade e inclusão só é possível com integração e intersetorialidade, “atuando todos pela causa da melhoria de vida das pessoas com deficiência”. Ele citou como iniciativas da Prefeitura o Transporte Regular Urbano do Eusébio (TRUE), transporte coletivo, acessível e gratuito; além da determinação de padronizar todas as calçadas do município de forma a garantir a acessibilidade em até um ano. “Nossa cidade é destaque na gestão porque reconhecemos e respeitamos as pessoas, indistintamente”.

Hilda Gomes, coordenadora da Coordenação pela Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (CEDIPA) da Fiocruz, reforçou que a atuação da Instituição é fortalecer a defesa da vida, por todos os prismas. “Precisamos além da empatia, ratificar o compromisso e a responsabilidade com essas pessoas e encontros como este são um marco para consolidarmos mais conquistas”, defende.

Para Marco Menezes, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), sua participação no seminário reforça o compromisso da Fiocruz com todos, ainda mais agora “neste momento de reconstrução do Brasil” e às vésperas de comemorar os 70 anos da ENSP. “Nosso lema é ‘fazer com’. Por isso, estar aqui, reunindo tantas frentes em defesa da inclusão e da acessibilidade, mobilizando tantas pessoas tem tanta relevância. Contem conosco nessa pauta e viva a diferença”, enaltece.

Raul Paiva, coordenador da Diversidade e Interseccionalidade da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD/MDH) lamentou o hiato de discussões no governo anterior e classificou como “práticas de caridade e não de reconhecimento de direitos” as ações de então em prol dos direitos das pessoas com deficiência. Segundo ele, a pauta da acessibilidade foi agravada com o avanço da pandemia de Covid-19. “Já neste novo governo, o cenário é de reconstrução, especialmente no Ministério dos Direitos Humanos. Agora, precisamos avançar ainda mais e articular políticas que garantam mais respeito a todos, sem distinção”, defende.

Anna Paula Feminella, secretária Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos também participou do encontro e ressaltou a importância do engajamento de todos nestas bandeiras. “Está entre os nossos desafios reconhecer a diversidade mesmo dentro da agenda da pessoa com deficiência. Só conseguiremos construir avanços com a força da coletividade porque quando a gente segrega perde todo mundo. Política pública é feita com diálogo, nos territórios, com ampla participação e representatividade”, avalia.

Representando a sociedade civil, Yasmin Marques agradeceu o convite, reconheceu que já são inúmeros os avanços para a área e reforçou a importância de garantir ainda mais conquistas.

A roda de diálogo apontou conquistas e desafios na pauta da acessibilidade.

Após a mesa de abertura foi realizada a roda de diálogo sob o tema “Os desafios para avançar na implantação de políticas públicas para Pessoas com Deficiência”. Com a mediação de Luciana Lindenmeyer, coordenadora local da Pesquisa PMA em Eusébio, participaram do debate Anna Paula Feminella; Hilda Gomes; Arismênia Lima (representante do CER/UEPA Eusébio e Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência); Alexandre Façanha (representante do Núcleo de Apoio Municipal aos Munícipes com Necessidades (NAMME) e Laís Silveira Costa (pesquisadora da ENSP, Coordenadora Geral do Projeto PMA). No debate, os convidados tiveram a oportunidade de aprofundar as discussões e apresentar propostas a serem implantadas no município para garantir ainda mais acessibilidade. Durante o encontro também foi realizado o lançamento do livro “Itinerário de Reflexões e Práticas de Acessibilidade e Inclusão: A potência do Fórum Interinstitucional”, quando os autores e autoras puderam autografas as publicações.

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No período da tarde, a pauta continuou em debate na Fiocruz Ceará, com o intuito de avançar em propostas para garantir mais acessibilidade e inclusão, com destaque para os programas de pós-graduação dos próximos editais, que estão na iminência de ter mais vagas provenientes das ações afirmativas. Os atuais membros do Comitê pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoa com Deficiência pela Fiocruz Ceará, Janaina Oliveira e Geraldo Sartori, conduziram as discussões. Foram sinalizados alguns desafios que devem ser apontados e debatidos em conjunto com as questões étnico-raciais e de ações afirmativas.


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Conheça a música “Ninguém é Igual a Ninguém, apresentada pelo Quinteto Nordestino da UEPA na abertura do evento:

https://www.cifraclub.com.br/milton-karam/ninguem-e-igual-a-ninguem/

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