Fiocruz Ceará realiza trabalho de campo da especialização em epidemiologia aplicada ao SUS
Profissionais de saúde do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte participam do curso de especialização em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS – Episus Intermediário, promovido pela Fiocruz Brasília em parceria com o Ministério da Saúde.
Durante essa semana em Fortaleza, com a participação da Fiocruz Ceará, 21 alunos estiveram da etapa presencial no sétimo módulo do curso. A parte teórica está sendo realizada em um hotel na Praia de Iracema. Já a atividade de campo consiste na aplicação de 377 questionários nas residências do Vicente Pinzon para a construção do inquérito domiciliar sobre conhecimentos, atitudes e práticas da população sobre as medidas preventivas da Covid-19. O tema foi escolhido pelos próprios alunos e apenas 8 pessoas recusaram a pesquisa na capital.
“É um processo enriquecedor ter a oportunidade de aprofundar nossos conhecimentos sobre a vigilância, especialmente a laboratorial, e a rede de vigilância no âmbito do SUS. Também sobre as estratégias para melhor organização dos processos de trabalho para que possamos ter uma resposta cada vez mais rápida diante de outros surtos e pandemias”, explica a aluna Kamila Matos, que atua como coordenadora de gestão da Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 da Fiocruz Ceará. Como medida de prevenção e vigilância, os profissionais da Unidade de Apoio testaram os alunos que estiveram no trabalho de campo no início da semana.
A pesquisadora Vanira Pessoa, coordenadora dos cursos lato sensu e latíssimos da Fiocruz Ceará, reforçou a importância da colaboração entre as unidades. “São iniciativas que fortalecem o trabalho de epidemiologia de campo e da vigilância em saúde, mais especificamente a epidemiológica, que é o foco central da especialização. É importante destacar também as ações de educação para os profissionais do SUS. A Fiocruz Ceará tem tradição em trabalhar com Atenção Primária, mas também faz especialização com foco nos profissionais da Vigilância,” comemorou a especialista.
Já em Natal, no Rio Grande do Norte, 14 alunos participam do trabalho de campo, realizando 350 entrevistas na Vila de Ponta Negra. O grupo de trabalho é formado por coordenadores de campo, tutores, alunos e mentores. A tutora do grupo do Rio Grande do Norte, Manuela Coelho, falou do trabalho realizado na capital potiguar. “É um trabalho importante para a gente ter noção de como as atividades de educação e saúde realizadas pelas equipes de saúde do bairro, estão sendo recebidas e aprendidas pela comunidade. A gente coletou dados, por exemplo, das medidas de prevenção, vacinação e outros conhecimentos que eles tem sobre a Covid-19”, comentou.
Com duração de oito meses, o curso começou em maio e segue até dezembro, adotando o modelo híbrido de ensino, de maneira a combinar atividades a distância com atividades presenciais de campo. A intenção é propiciar as condições para a oferta qualificada de conteúdos teóricos, previamente estruturados, combinada à aplicação prática desses conhecimentos. Para a gerente Regional de Saúde na Paraíba, Liliane Sena, o curso é um divisor de águas na sua carreira. “Vivenciar esse processo de escolha de método, tipo de estudo, entrar na comunidade, falar com as pessoas, toda essa prática, junto à teoria de conteúdos novos e profundos, vai formar pessoas capazes de atuar pelo SUS, de detectar, investigar e trazer melhorias de recomendações em uma emergência ou outra situação de risco. É um grande momento para mim,” disse Liliane. Na Paraíba, são 23 alunos aplicando 200 questionários no bairro São José, na capital João Pessoa.
O EpiSUS-Intermediário é um curso em serviço e como toda iniciativa de capacitação do EpiSUS tem a característica do “aprender fazendo”, onde a carga horária prática supera a teórica e inclui atividades a serem desenvolvidas em serviço.
Participam do Grupo de Trabalho no Ceará, as tutoras Inês Dolores e Rosa Maria, os coordenadores de campo Priscila Bochi e Johnathan Portela. Na Paraíba, além da tutora Camila Pessoa, compõem a equipe o tutor Ricardo Soares e a coordenadora Andreza Madeira Macário. No Rio Grande do Norte, fazem parte do Grupo, os tutores Richardson Silva e Manuela Coelho e a coordenadora Waneska Alves.
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