Representantes da Fiocruz Ceará participam de evento “Trajetórias Negras” na Bahia

Realizado no mês dedicado às mulheres, o evento Trajetórias Negras teve, pela primeira, vez, novo local. Sediado na Fiocruz Bahia, no dia 18 de março de 2025, o encontro homenageou servidoras pelas suas trajetórias dentro e fora da instituição e contou com a participação de representantes das unidades do Ceará, Pernambuco e Piauí, além dos baianos. Promovido desde 2018, o projeto ocorre nos meses de março e novembro. O evento também fez parte da campanha “21 dias de ativismo contra o racismo”.

“Não foi à toa a escolha da Fiocruz Bahia para ser a primeira regional a receber o evento. A gente fazer o primeiro Trajetórias Negras fora do Sudeste, na Bahia, estado mais negro do país, é muito significativo. Tem toda essa perspectiva com as mulheres que constroem as unidades regionais”, disse Luciana Lindenmeyer, que integra a coordenação colegiada do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz e mediou o evento.

Lindenmeyer destaca o caráter de reconhecimento às tantas histórias que ajudam a construir a não só a Fiocruz como o país. “Desde o ano passado, foi adotada a política de homenagear pessoas que, muitas vezes, estão invisibilizadas dentro da instituição, sobretudo pessoas negras”, destacou Luciana. Ela reforçou ainda o pedido para que mais servidores participem das bancas de heteroidentificação, pois as ações afirmativas devem ser com envolvimento de todos e todas na instituição.

Lorena dos Anjos Magalhães, uma das homenageadas deste ano, também enalteceu a iniciativa. “Não são apenas pessoas renomadas que ganharam prêmios internacionais que têm histórias extraordinárias, então, a gente escolheu pessoas que têm histórias lindas, que devem ser contadas e reverenciadas”, afirmou. Além da trajetória de Lorena, também foram apresentadas as histórias de Karina Ferreira, Marcela Maiana Ramos e Carine Machado e suas conquistas pessoais e profissionais, dentro e fora da Fiocruz.

Carla Celedonio, coordenadora da Fiocruz Ceará, que estava em agenda na Fiocruz Bahia, participou da mesa de abertura e destacou a importância de ações como essa para ampliar a equidade de gênero e raça na instituição.

Além da mesa redonda, as representantes da Fiocruz Ceará realizaram atividade no Colégio Estadual Renan Baleeiro, em Salvador, e promoveram diálogos com estudantes do sexto e oitavo anos. “Esta foi mais uma atividade realizada em parceria dos três projetos da Rede Equidade com Diversidade, da Rede PMA, envolvendo os projetos aprovados da Fiocruz Ceará e a parceria com projeto coordenado por Elaine Nascimento. Dentre as ações desenvolvidas, foi apresentado o jogo DiverSUS, elaborado pelo projeto da Luciana Alleluia, estabelecendo diálogo sobre racismo, capacitismo, diversidade e violência contra mulher, temáticas que impactam na saúde mental”, reforça Lindenmeyer.

Saiba mais

O Programa de Políticas Públicas, Modelos de Atenção e Gestão do Sistema e Serviços de Saúde (PMA) é voltado para ampliar pesquisas que possam atuar com a perspectiva interseccional, edital lançado em 2023 aprovou 30 projetos e busca reforçar a pauta da Equidade com Diversidade, tanto interna como externamente.

O projeto coordenado por Luciana Lindenmeyer aprovado pela Rede PMA da Fiocruz Ceará sobre o tema do feminicídio tem como título “Não mexe comigo, porque não estamos mais sozinhas: Mulheres negras como protagonistas do enfrentamento às violências”. O outro projeto aprovado trata sobre a saúde mental da juventude negra, das pesquisadoras Luciana Alleluia e Janaina Oliveira, com o título “Nada sobre nós, sem nós: Construindo ações colaborativas para a promoção da saúde mental de adolescentes vulnerabilizados pelo racismo, gênero e capacistimo”.

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