Fiocruz Ceará inicia Curso Livre de Agentes Populares em Saúde do Povos das Águas
A Fiocurz Ceará iniciou, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2024, o Curso Livre de Agentes Populares em Saúde do Povos das Águas com o Módulo I – Identidades, Territórios e Territorialidade dos Povos das Águas. O curso proporcionou reflexões sobre quem são os povos das águas, como vivem e reproduzem suas vidas, quais são os elementos que ameaçam e promovem a saúde e a vida, o modo de produção capitalista e a determinação social da saúde, e como se configuram os conflitos socioambientais e as situações de injustiça e racismo ambiental nos territórios pesqueiros.
Os (as) educandos (as) visitaram a exposição “Esperançar… nas malhas das redes para a defesa da vida” sobre os projetos Serpovos, Participatório em Saúde e Ecologia de Saberes e o Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido.
O curso financiado com recursos do Ministério da Pesca e Aquicultura faz parte do “Projeto Formação-Ação em Saúde e Ambiente em Territórios da Pesca Artesanal no Litoral Nordestino”, coordenado pelo Instituto Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) com turmas em quatro estados do Nordeste: Pernambuco (Fiocruz Pernambuco), Ceará (Fiocruz Ceará), Paraíba (Universidade Federal da Paraíba) e Bahia (Universidade Federal da Bahia).
Serão cinco módulos com carga horária de 60 horas, sendo 20 horas por módulo – 10 horas presenciais (Tempo Escola) e 10 horas em atividades de campo (Tempo Comunidade): Módulo 1: Identidades, Territórios e Territorialidade dos povos das águas, Módulo 2: O Sistema Único de Saúde e os direitos dos povos das águas Módulo, 3: A relação entre Saúde, Ambiente e Trabalho na vida de Pescadores(as) Artesanais, Módulo 4: Vigilância Popular em Saúde e organização popular como estratégias de re-existência e Módulo 5: Encerramento do curso – apresentação das intervenções realizadas nos territórios.
O curso tem como objetivo geral “Fortalecer a organização popular e o controle social para a construção de estratégias de superação das vulnerabilidades socioambientais e de saúde em comunidades da pesca artesanal, e específicos: Promover discussão crítica sobre a relação entre o ambiente, o processo de trabalho, a saúde e o adoecimento de pescadoras(es) artesanais no território; Estimular o reconhecimento e a valorização dos saberes e das práticas tradicionais de saúde existentes no território da pesca artesanal; Construir estratégias para produção e/ou utilização de tecnologias sociais na perspectiva intersetorial para a Vigilância Popular em Saúde”.
No Ceará, o desenho da matriz curricular contou com a colaboração dos seguintes movimentos, entidades e instituições: Articulação Nacional das Pescadoras (ANP), Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (ANEPS), Célula de Atenção à Saúde das Comunidades Tradicionais e Populações Específicas da Secretaria de Saúde do Estado, Ceará Conselho Pastoral dos (as) Pescadores (as) (CPP) e Instituto Terramar.
Participam do curso pescadores e pescadoras, marisqueiras e lideranças da pesca artesanal de comunidades do litoral do interior do estado, de Fortaleza e região metropolitana, bem como do sertão cearense.
Ana Cláudia Teixeira, coordenadora da turma do Ceará, reiterou a importância da formação de trabalhadores e trabalhadoras da pesca artesanal na perspectiva da Vigilância Popular em Saúde de modo a contribuir para o fortalecimento de suas lutas pelo direito à saúde e por justiça socioambiental.