Roda de Conversa debate igualdade racial
A Fiocruz Ceará, por meio da Comissão de diversidade e Inclusão e do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, realizou, na última quinta-feira (31/7), uma roda de conversa para discutir igualdade racial. A ação fez alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha e também dia Nacional de Tereza de Benguela celebrado em 25 de julho, como forma de reconhecer, ouvir e valorizar as mulheres negras que constroem o Brasil todos os dias, mantendo vivas raízes históricas e abrir caminhos para um futuro mais justo, equânime e democrático. O encontro contou com a participação de Zelma Madeira, Secretária Estadual da Igualdade Racial (SEIR).

“Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista”. E foi através da atividade que a Fiocruz Ceará reuniu colaboradores para discutir um tema que atravessa toda a sociedade brasileira e precisa ser abordado. Carla Celedonio, coordenadora da Fiocruz Ceará, recebeu a titular da Secretaria da Igualdade Racial do Ceará, deu as boas-vindas e destacou a importância deste debate destacando a iniciativa do Governo do Estado de criar a pasta e estruturar a equipe. “É mais do que simbólico, demonstra o compromisso do governador Elmano de Freitas em pensar políticas públicas para todos, efetivamente. E nós, enquanto instituição, apoiamos e estamos de braços dados com o estado nesta justa causa”. Carla ratificou que, assim como a Fiocruz, a unidade no Ceará também desenvolve ações comprometidas com a pauta do antirracismo, incluindo o Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça e a Rede de Mulheres. “Queremos que este encontro nos induza a refletir e dialogar sobre a questão e nos motive a realizar mais ações para mitigar qualquer tipo de preconceito”, reforça.

Zelma Madeira destacou a data ressaltando a importância de se reconhecer o papel das mulheres negras na construção do Brasil que, ao longo de décadas e séculos, viveu sob exploração e expropriação do trabalho. “Sabemos que a escravidão não teve fim porque, diariamente, somos subjulgados pelo nosso fenótipo. Continuamos sendo um povo racializado de forma subalterna”, afirma.
A titular da SEIR apresentou a secretaria e destacou a importância de ocupar espaços de poder. Criada em 2023, a Secretaria tem como diretriz “combate ao racismo como uma estratégia estruturante das políticas públicas, por meio da implantação de ações repressivas – indicando que racismo é crime; valorativas e afirmativas – para a superação das discriminações e desigualdades raciais e que oportunizam rede de proteção aos grupos racializados de forma subalterna e sua inclusão socioeconômica”. Quando uma mulher negra sobre, puxa outra. Por isso, assumir esta Secretaria não é uma questão individual, mas coletiva, inclusiva, diversa e sensível às diversas questões que atravessam a população negra”, ratifica.

Apesar dos quase 140 anos da abolição da escravidão no país, ainda são mínimas as políticas públicas que representam reparação aos povos historicamente explorados que ainda vivem processos de exclusão. “Nossa luta, tanto na SEIR quanto nas demais relações é defender uma sociedade mais democrática, inclusiva e diversa. Não tratamos apenas de ausências, mas defendemos, acima de tudo, a potência deste movimento e a busca por oportunidade para todos”, afirma Zelma Madeira.

A secretária estadual da Igualdade Racial avalia que a necessidade de reconstruir um Brasil sem racismo pelo bem-viver coletivo e inclusivo. “Cada espaço é importante. São em ações de diálogo como estas que ampliamos nossas bandeiras. Ter uma instituição como a Fiocruz atuando de forma respeitosa, lutando com a gente por igualdade, diz muito sobre o país que queremos ter”, enaltece Madeira.
Após a intervenção da secretária, o espaço para o diálogo foi aberto. Foi sugerida a colaboração entre Fiocruz Ceará e SEIR para intermediar ações, junto à Prefeitura do Eusébio, para garantir o “Selo Município sem Racismo”, além de outras ações a serem desenvolvidas na instituição.
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