Oficina pedagógica reúne professores e diretores de escolas do Eusébio

Um dia para debater, conhecer, aprofundar e aproximar a instituição das escolas estaduais. Foi com este intuito que Fiocruz Ceará realizou, na última quinta-feira (26/01), em parceria com a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), a primeira etapa de um ciclo de encontros com diretores, coordenadores e professores das escolas de Ensino Médio do Eusébio. Na pauta da oficina pedagógica, a implantação do novo Ensino Médio no Ceará, além do diálogo sobre a Olimpíada Brasileira de Saúde e Ambiente 2023 (que tem o apoio do CNPq/MCTI), o Programa de Vocação Científica (PROVOC) e o Ciência Aberta. O encontro contou com a participação de representantes das Escolas Estaduais Manuel Ferreira, Eusébio de Queiroz, Francisca Linhares e Ana Bezerra.

Na pauta do encontro, a implantação do novo Ensino Médio no Ceará, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Ambiente 2023, o Provoc e o Ciência Aberta.

Para Cristina Araripe, coordenadora da Olimpíada Brasileira de Saúde e Ambiente, Ciência Aberta e de outras iniciativas da VPEIC, a vocação da Fiocruz de fortalecer a Educação e a Saúde só ganha com a aproximação das escolas, assim também como o contrário. “Vamos dialogar e colocar nosso corpo técnico de profissionais à disposição das escolas, dos diretores, professores e alunos para, juntos, pensarmos e desenvolvermos projetos em que possamos efetivamente contribuir e fazer a diferença para a sociedade. E como nada acontece por acaso é daqui do Ceará o Ministro da Educação, Camilo Santana, e sua secretária executiva, Izolda Cela. O Estado tem força, capacidade e experiência para contribuir, de forma coletiva, na aproximação da ciência, da pesquisa e da educação à sociedade”. Cristina reforça ainda que o intuito é ajudar na construção e na elaboração de projetos de iniciação cientifica e prestar esta contribuição. “Estamos aqui para falar de ciência com foco a abrir portas aos nossos jovens, para isso oferecemos como caminho a Olimpíada Brasileira de Saúde e Ambiente”, exemplifica.

Participaram do encontro diretores, coordenadores e professores das escolas de Ensino Médio do Eusébio.

Desafios do Novo Ensino Médio

É no atual cenário, de implantação do Novo Ensino Médio, que diretores, professores e alunos irão participar das oficinas e projetos. E para apresentar os desafios das novas condutas, a professora Iane Nobre, coordenadora de Gestão Pedagógica do Ensino Médio na Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc), reforçou a importância da parceria entre a Fiocruz e as escolas visando a iniciação cientifica dos jovens, abordando temas contemporâneos e transversais. Em sua intervenção, ela fez uma reflexão sobre o processo de transformação da Educação nos últimos anos, desde 2014, ainda no governo Dilma, passando pelos presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro. Além da questão política e ideológica, Iane destacou a pandemia da Covid-19, que acabou interferindo nessa transição de implantação do novo modelo do Ensino Médio. “Vivemos o conflito entre um sistema conteudista e um sistema integral, que amplie a visão do educador para além da aula. Todo mundo concorda na mudança, mas critica a apresentada”, pondera.

Iane Nobre é coordenadora de Gestão Pedagógica do Ensino Médio na Seduc.

Iane Nobre defende a permanência do jovem na escola como prioridade e que este aluno tenha voz e suas escolhas respeitadas. “As pessoas não são iguais, a escolha é individual, empodera e faz parte do processo de aprendizagem e de comprometimento do aluno”, considera. A professora cita como exemplo a diferença entre o aluno saber o conteúdo sobre um buraco na camada de ozônio e a sua atitude, a partir do conhecimento, de não jogar papel no chão e incentivar a coleta de lixo seletiva em casa. “Não basta saber o que é, mas agir de forma a contribuir efetivamente com este conhecimento”, ratifica.

Detalhando sobre as novas formas de educar, Iane pondera sobre a missão do novo professor. “Devemos ter a compreensão que nosso trabalho que não é mais informar, nem dar conteúdo, pois isso nossos alunos já têm com o acesso à Internet. Devemos ir além: Precisamos reaprender a educar e isso exige de nós uma paciência pedagógica. Temos que reconhecer e abrir a mente de que a mudança não está só na família, no sistema, no governo. Esses também são fatores relevantes, mas a nossa relação em sala de aula é o que poderá contribuir para que o aluno se engaje e interaja. Os alunos de hoje não querem mais passividade de copiar conteúdo. Nosso desafio é propor, com criatividade e responsabilidade, coisas dinâmicas que reflitam sua realidade”, provoca.

No período da tarde, foram divididos grupos de trabalho, onde os educadores puderam discutir, aprofundar e propor temas relativos ao encontro. As atividades prosseguem nos dias 31 de janeiro, 01 e 02 de fevereiro, onde os participantes serão divididos desta vez em oficinas temáticas.

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