Carlile Lavor


Antônio Carlile Holanda Lavor
(29/10/2008 a 27/02/2014; 31/08/2014 a 15/01/2015 e 30/01/2017 a 06/01/2023)

Indicado pelo Governador Cid Gomes para apoiar a implantação da instituição no Estado pelo Decreto 29.342 de 30 de junho de 2008 e indicado pelo então Presidente da Fiocruz Paulo Buss para coordenar o novo Escritório da Fiocruz.

Antônio Carlile Holanda Lavor nasceu em Jucás em 23 de agosto de 1940, filho de Cândido Lavor, farmacêutico prático, e Lucíola Holanda Lavor, dona de casa.

Após estudos iniciais em sua cidade natal, Carlile vai estudar na cidade do Crato, onde cursou o ginasial, o primeiro e segundo ano científico no Colégio Diocesano do Crato. Em 1958, transferiu-se para a capital cearense, completando o científico no Colégio Fortaleza.

Em 1959, Carlile ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). Quando universitário, foi bolsista do Instituto de Medicina Preventiva do Ceará (IMEP-UFC). Nesse instituto, trabalhou no Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Medicina nos três últimos anos da graduação. Conclui o curso em 1964 e já no ano seguinte, com bolsa da CAPES, vai para o Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para se especializar em Microbiologia.

Em 1966, deu-se um dos fatos mais marcantes de sua vida: o casamento com a sua conterrânea Míria Benevides Campos, companheira tantas vezes citada com saudade e reconhecida como cocriadora do exitoso serviço de agentes comunitários.

Após o matrimônio, o casal instala-se em Jucás, onde funda a primeira escola de ginasial da cidade, mas retorna para a capital em 1967, para Míria prosseguir a sua graduação em Serviço Social.

De junho de 1967 a fevereiro de 1969, Carlile dirigiu o Laboratório de Microbiologia do Hospital das Clínicas da UFC e o laboratório do Hospital (Sanatório) de Maracanaú, integrante da Campanha Nacional contra a Tuberculose.

Foi professor da Universidade de Brasília de 1969 a 1978. Nos primeiros cinco anos, dirigiu o Laboratório de Microbiologia do Hospital Escola da Faculdade de Medicina da UnB e dedicou-se ao ensino de microbiologia.

Nos cinco anos seguintes, trabalhou no Programa Integrado de Saúde Comunitária de Planaltina, Distrito Federal (DF), que reunia a Universidade de Brasília e as Secretarias de Saúde e de Serviço Social do DF. Lá começou as pesquisas que resultariam na criação do agente comunitário de saúde, embrião do Programa Saúde da Família (PSF), para depois se tornar a Estratégia Saúde da Família, fundamento do atual Sistema Único de Saúde (SUS).

Carlile e Míria foram aprovados em 1978 no concurso público para o recém-criado quadro sanitarista, instituído como carreira de estado, da Secretaria de Saúde do Ceará (SESA).

De 1979 a 1986, Carlile e Miria desenvolvem as pesquisas que complementaram os estudos iniciados em Planaltina (DF) para a criação do agente comunitário de saúde.

Seu primeiro contato com a Fiocruz veio com o Curso Básico de Saúde Pública (Fiocruz/UFC), que o permitiu atuar como sanitarista na Regional de Saúde de Iguatu, unidade que abrangia 14 municípios, inclusive Jucás, onde passou a residir. As pesquisas iniciadas em Brasília permitiram a criação do agente comunitário de saúde, adaptado às condições de trabalho do sertão nordestino.

Em junho de 1986, Carlile assume a direção do Departamento de Ações Básicas em Saúde da SESA e, em março de 1987, ascende ao cargo de Secretário de Saúde do Estado na primeira administração do Governador Tasso Jereissati, permanecendo até abril de 1988.

Nesse período, contratou 6 mil agentes comunitários de saúde para um trabalho emergencial por um ano. O êxito da ação transformou-a em programa permanente da Secretaria e, em 1991, foi adotado pelo Ministério da Saúde.

Carlile foi Secretário de Saúde de Iguatu de 1989 a 1991, quando ajudou a criar o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Ceará, assumindo a Presidência de sua primeira Diretoria e a Vice-Presidência do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde.

Foi prefeito de Jucás de 1993 a 1996, tendo presidido a Associação dos Municípios do Ceará no mesmo período. Em sua gestão municipal, dedicou-se especialmente à campanha de escolarização das crianças de 7 a 14 anos, contribuindo para a criação do Fundef.

Premiado pelo Unicef, representou o Brasil no Encontro Internacional dos Prefeitos Amigos da Criança, realizado no México, em 1994.

De 1997 a 2000, assessorou a Secretaria de Saúde do Estado, dedicando-se à ampliação da Estratégia Saúde da Família nos municípios do Estado.

Em 2001 e 2002, em parceria com Míria, ajudou a criar o curso sequencial de Agentes Comunitários e Saúde na Universidade Vale do Acaraú, em convênio com a Escola de Saúde da Família do Município de Sobral.

De 2003 a 2007, Carlile e Miria trabalharam na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), envolvidos na criação do curso técnico de Agente Comunitário de Saúde, quando foi chamado com Míria a regulamentar o Programa de Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário de Angola (ADECOS).

De maio de 2007 a maio de 2008, Carlile e Míria foram para Angola, contratados pelo Unicef, para assessorarem a implantação de programa semelhante ao de agentes de saúde do Brasil, o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS) em Luanda, Angola.

A partir de 2008, Carlile passou a conduzir a implantação e implementação do Escritório Técnico da Fiocruz no Ceará. Com uma interrupção em 2014, quando foi chamado a ajudar o governo angolano a regulamentar o PACS. Em 2015, afastou-se para assumir novamente a Secretaria de Saúde do Estado.

Carlile reassumiu a Coordenação da Fiocruz Ceará em 2017, atuando durante a construção e inauguração (2018) do atual campus da Fiocruz Ceará, até 05 de janeiro de 2023, quando a Dra. Carla Celedônio passou a coordenar a instituição no Estado.

Dr. Carlile permanece atuante como pesquisador e conselheiro da coordenação, emprestando sua lucidez e experiência às novas gerações de pesquisadores e gestores.