‘Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido’ faz parte das atividades dos 15 anos da Fiocruz Ceará

Na última semana, a Fiocruz Ceará organizou o evento ‘Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido’, através da área de Saúde e Ambiente (coordenada pela pesquisadora Ana Cláudia Teixeira), em parceria com a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e a Rede Saúde, Saneamento, Água e Direitos Humanos (RESSADH). A atividade fez parte da programação alusiva aos 15 anos da Instituição.

O encontro, no dia 26 de junho, reuniu apresentações, rodas de conversas e o lançamento dos livros: ‘Trajetórias e aprendizados do curso de Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na convivência com o semiárido’; ‘A produção de saberes emergentes na interface entre a educação popular, saúde e a convivência com o semiárido’; e ‘Educação popular em saúde e a convivência com o semiárido: Diálogos em verso, prosa e cenopoesia’, frutos da sistematização da experiência do Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido coordenado pela pesquisadora Ana Cláudia Teixeira (Fiocruz Ceará) e Vera Dantas (ANEPS).

Na ocasião foi exibido o vídeo “Florescer humano: educação popular e territórios saudáveis na convivência com o semiárido” disponível na Vídeo Saúde Distribuidora da Fiocruz (https://www.youtube.com/watch?v=0aYwdZef03I), que mostra o processo de construção e a pedagogia adotada pelo curso ancorada nos princípios da educação popular em diálogo com os referenciais da convivência com o semiárido e da agroecologia.

Ana Cláudia Teixeira fala aos participantes sobre o encontro.

“O momento foi de reencontro e de celebração de um percurso de formação com muitos desafios, mas repleto de alegrias, gratificações e muitos frutos”, assinala Ana Cláudia Teixeira. A pesquisadora ressalta que “os 44 concludentes da especialização e oito do aperfeiçoamento sistematizaram 29 experiências de educação popular e convivência com o semiárido de territórios do campo, das águas e de áreas urbanas vulnerabilizadas, sob a forma de cordéis, roteiros e atos cenopoéticos, vídeos, podcasts, mapas afetivos, fanzines e textos de teatro. Durante o encontro foi muito gratificante perceber que os laços de amizade e solidariedade criados ao longo do curso continuam vivos e que a experiência de ensino-aprendizagem vivenciada reverbera em cada um(a) como sementes que estão sendo cultivadas nos vários espaços de atuação dos(as) educandos(as).”

Vera Dantas: Essa coletânea não fala só de teorias, mas de concepções que emergiram desse curso com múltiplas linguagens entre arte e poesia, mostrando os diversos caminhos de trabalhos e lutas.

Vera Dantas falou sobre os reencontros e celebrações que o curso trouxe. “Esse encontro foi importante para nos mostrar como os laços de amizades e de fortalecimento das lutas se mantiveram mesmo após a pandemia, um tempo longo de afastamento físico. Foi super importante para nos mostrar o quanto os participantes ainda estão motivados . Neste momento, podemos destacar a celebração deste fechamento de ciclo que mesmo com os cortes de recursos que passamos, conseguimos nos fortalecer na ideia de cooperação e de solidariedade. Estamos comemorando as publicações que saíram no meio digital e em breve estarão no meio físico. Essa coletânea não fala só de teorias, mas de concepções que emergiram desse curso com múltiplas linguagens entre arte e poesia, mostrando os diversos caminhos de trabalhos e lutas. Saímos daqui com a alegria de vermos uma trajetória acadêmica de conquistas e realizações de muitos estarem numa carreira acadêmica concluído o mestrado e outros iniciando o doutorado”, comemora.

Vera ainda pontuou que “a roda de conversa com a Secretaria Estadual de Saúde do Ceará rendeu o compromisso de efetivação da politica de Educação Popular com o dialogo com a Educação Permanente e com a Atenção Primária no estado”.

A roda de conversa sobre as ‘Possibilidades e desafios para a implementação da Política de Educação Popular em Saúde’ foi mediada pela pesquisadora da Fiocruz Ceará, Ana Cláudia Teixeira, e por Vera Dantas da Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde. O momento contou com a participação das convidadas Maria Rocineide Ferreira da Universidade Estadual do Ceará e do GT de Educação Popular em Saúde/Abrasco; Vanderléia Laodete Pulga da Universidade Federal da Fronteira Sul; Maria do Socorro Sousa, orientadora da Célula de Gestão do Conhecimento e Pesquisa em Saúde da Secretaria Executiva de Políticas de Saúde/Secretaria de Saúde do Estado do Ceará e Paula Érica Batista Oliveira, educanda do curso, representando a Secretária de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte.

Também estiveram presentes no encontro, Carla Celedonio, coordenadora da Fiocruz Ceará; Vanira Pessoa, coordenadora de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (CAAPS) da Fiocruz Ceará; e Adriana Castro, coordenadora de Promoção da Saúde da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz.

Sobre a área Saúde e Ambiente da Fiocruz Ceará

A área de Saúde e Ambiente da Fiocruz Ceará começou a ser estruturada no final de 2014, e desde então, vem desenvolvendo projetos de pesquisa, educação e cooperação com foco nas populações do campo, da floresta, das águas e de áreas urbanas vulnerabilizadas.

Os projetos são desenvolvidos por uma equipe formada por quatro pesquisadores doutores, mestres, bolsistas de pesquisa e estagiários em parceria com a área de Saúde da Família da Fiocruz Ceará, diversas unidades do sistema Fiocruz, instituições acadêmicas do estado do Ceará e de outros estados, setores do Sistema Único de Saúde, movimentos populares, entidades e organizações da sociedade civil.

Com base em referenciais críticos e dialógicos e na perspectiva da produção compartilhada do conhecimento, a área utiliza metodologias de pesquisa participativas nos diversos projetos desenvolvidos no âmbito das linhas de pesquisa sobre: Vigilância Popular da Saúde; Saúde, agroecologia e convivência com o semiárido; Impactos dos grandes empreendimentos na saúde; Atenção primária em saúde, ambiente e trabalho; Saúde única/Saúde planetária (One Health/Global Health); Metodologias de pesquisa crítico-dialógicas e participativas; Populações do campo, floresta, águas e áreas urbanas vulneráveis; e Exposições ambientais e avaliação dos efeitos no ciclo de vida e na saúde humana e animal. A área desenvolve ações de apoio a implementação da Área de Proteção Ambiental da Lagoa da Precabura.

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