Caravana lança Guia, Websérie Vigia, Povo! e pesquisa ação liderada pela Fiocruz Ceará no Rio Grande do Sul
A Fiocruz Ceará, por meio de seu Participatório em Saúde e Ecologia de Saberes, participou da II Jornada de Vigilância Popular em Saúde (VPS) relacionada aos Agrotóxicos com a perspectiva de partilhar os resultados da pesquisa ação sobre Vigilância Popular da Saúde, Ambiente e Trabalho. As atividades aconteceram nos dias 19 e 20 de março, no Rio Grande do Sul, com a apresentação da Websérie Vigia, Povo! e lançamento do Guia de Vigilância Popular em Saúde. A programação teve o objetivo de contribuir com a luta em defesa da vida na região de Nova Santa Rita e contou com a participação de representantes de organizações comunitárias, serviços públicos de saúde e instituições de pesquisa.
A II Caravana de Vigilância Popular em Saúde relacionada aos Agrotóxicos no Rio Grande do Sul se desdobrou em três atividades: na programação, o lançamento do Guia de Vigilância Popular em Saúde e do Episódio de Nova Santa Rita de Cássia Websérie Vigia, Povo! durante o 1° Seminário Nacional Mudanças Climáticas e o Impacto na Produção de Alimentos do MST, no Centro de Eventos Olmiro Brandão, no município de Nova Santa Rita/RS. O encontro contou com a participação de mais de 500 pessoas, incluindo os próprios protagonistas do episódio da Websérie.
O segundo momento foi a roda de conversa sobre Vigilância Popular em Saúde e Agrotóxicos junto à comunidade do Assentamento Santa Rita de Cássia II, Unidade de Saúde da Família Rural, Escola e rede de apoio às lutas locais. Durante o encontro foi feita a denúncia sobre a incapacidade das organizações governamentais, tanto estadual como federal, de fazer cumprir as leis ambientais, de estabelecimento de polígono de exclusão de pulverização aérea de agrotóxicos, da fiscalização da atividade agrícola (convencional), da realização de análises laboratoriais que tenham validade científica e jurídica, quando acontecem derivas. “Também foi relatada a indisponibilidade de laboratório conveniado a nível Estadual ou Federal para avaliação dos impactos dos agrotóxicos em função da falta de recursos”, reforça Fernando Carneiro, um dos organizadores da caravana, que acrescenta que a reunião se constituiu num terceiro momento de elaboração e atualização do Plano de Ação da pesquisa no território (2022, 2023 e 2024). “Um dos principais encaminhamentos foi a busca por uma maior participação do SUS municipal e estadual nas atividades de cuidado e vigilância em saúde das populações atingidas pela deriva dos agrotóxicos e a necessidade de processos formativos e permanentes com os trabalhadores da saúde do nível municipal”, ratifica. Fernando ainda informa sobre a importância de fortalecimento das ações de VPS por meio de estratégias de monitoramento participativo, como a modernização das estações meteorológicas e uso de abelhas sem ferrão como indicadores sentinela de impacto das derivas.
A terceira atividade aconteceu na Faculdade de Educação da UFRGS, com debate sobre Vigilância Popular em Saúde e Educação Popular, o lançamento do Guia e da Websérie. O momento abriu espaço para escuta das famílias em relação à deriva de agrotóxicos e do atentado que sofreram, a falta de indenização das famílias, que ainda não foram ressarcidas nem financeiramente nem quanto aos danos na saúde da população e muito menos ambientais, apesar das provas e denúncias junto aos órgãos competentes.
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As atividades desenvolvidas na caravana foram uma iniciativa do Participatório em Saúde e Ecologia de Saberes/ FIOCRUZ Ceará, Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) em parceria com Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Campanha Nacional Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, pesquisadoras da UFRGS e Movimentos Populares. Esta pesquisa foi contemplada em 2021 pelo Edital “Emergências de Saúde Pública” do Programa INOVA Fiocruz apoiado pelo Ministério da Saúde e contou com o apoio também da Fundação Heirinch Boll em 2023.
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