Fiocruz Ceará sedia V Seminário de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade

Entre os dias 15 e 18 de julho, a Fiocruz Ceará sediou o 5º Seminário de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade: Fiocruz Frente à Crise Ecológica e Climática. Durante quatro dias, pesquisadores, gestores públicos e representantes de movimentos sociais discutiram, em painéis, debates e rodas de conversa, os principais desafios e propostas para orientar a atuação da Fundação diante da emergência climática. As discussões tiveram como foco a agenda institucional, a ação nos territórios e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), consolidando o compromisso da Fiocruz com práticas científicas e políticas públicas alinhadas à sustentabilidade.
Na solenidade de abertura, a coordenadora da Fiocruz Ceará, Carla Celedonio, destacou a importância do encontro e o papel estratégico da instituição no cenário nacional e regional. “É com imensa alegria que a Fiocruz Ceará acolhe todas as pessoas presentes na quinta edição do Seminário de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade, uma iniciativa de grande relevância e preparatória para a COP30. Este evento busca estimular a reflexão e o diálogo para que possamos delinear e implementar práticas sustentáveis, dentro e fora da Fiocruz, que contribuam efetivamente para o enfrentamento da crise ecológica e climática que vivemos. Parabenizo a presidência da Fiocruz pela organização de uma programação rica e diversa, capaz de gerar diretrizes e documentos institucionais que integrem linhas de pesquisa, subsidiem a formação de pessoal e a formulação de políticas públicas na área”.

Ao longo de sua fala, Carla Celedonio também ressaltou o papel estratégico da Fiocruz Ceará no cenário de ciência, tecnologia e inovação em saúde, destacando a importância das parcerias institucionais e do compromisso ambiental da unidade. “A Fiocruz Ceará se projeta, em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura do Eusébio, como âncora científica e tecnológica do Distrito de Inovação em Saúde do Ceará, um espaço que integra instituições públicas e privadas com foco na formação de capital humano em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e produção em saúde. Contem com o nosso compromisso e engajamento para, unidos, trabalharmos localmente, pensando globalmente, em defesa da natureza, do meio ambiente e das futuras gerações”, frisou a coordenadora.
O vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, destacou o papel da ciência, das populações tradicionais e das comunidades vulnerabilizadas, além da necessidade de fortalecer políticas públicas como o Sistema Único de Saúde (SUS). Rangel lembrou do debate realizado pela Câmara Técnica de Saúde e Ambiente (CTSA), na qual a questão climática, a questão demográfica e a Agenda 2030 estiveram fortemente presentes. Segundo ele, na ocasião “foi indicado que a Fiocruz deveria envidar esforços no sentido de colocar a pauta ambiental no centro das preocupações da pesquisa, da educação, da inovação, da saúde global, da vigilância em saúde e da gestão da instituição, de forma integrada”. O evento é coordenado pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz).
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, lembrou que em 13 de novembro será celebrado o Dia da Saúde, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30. Na ocasião será apresentado o Plano de Ação de Saúde de Belém, uma proposta para fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde para a crise climática.


Na mesa de abertura também estiveram presentes a representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maristela da Silva; o deputado estadual e presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará, Renato Roseno; a secretária de Meio Ambiente, Vilma Freire, representando o governador Elmano de Freitas; a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Akemi Kmurura; Emma Rawson Te-Patu, mulher indígena maori da Nova Zelândia que se tornou a primeira presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA); O representante do Grupo da Terra, Anderson Amaro; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), Paulo Garrido.








Sustentabilidade também na prática: inauguração do restaurante
Ainda na abertura do seminário, foi inaugurado o novo restaurante do campus da Fiocruz Ceará, fruto de um processo de planejamento e licitação que se estendeu por dois anos e contou com o empenho de diversas equipes técnicas. O espaço nasce alinhado às práticas sustentáveis adotadas pela instituição, integrando ações de compostagem cujo biofertilizante será utilizado para a implantação de uma horta comunitária no próprio campus. A iniciativa, coordenada por Adriana Bacelos no âmbito do Programa Bem Viver, tem como objetivo beneficiar prioritariamente trabalhadores em situação de vulnerabilidade e, ao mesmo tempo, contribuir para a manutenção dos jardins da unidade. A inauguração simbolizou não apenas a melhoria da infraestrutura de alimentação, mas também o compromisso da Fiocruz Ceará com soluções ambientais concretas que dialogam com a pauta do seminário.



Compromisso nacional e atuação nos territórios
Durante o seminário, o presidente da Fiocruz, Mário Moreira, destacou que as reflexões e desafios apresentados ao longo do encontro reforçam o papel histórico da instituição na construção de políticas públicas integradas à realidade dos territórios. Em sua fala, ele reafirmou que a Fundação seguirá atuando lado a lado com os movimentos sociais, ampliando redes de cooperação e colocando a pauta ambiental no centro das ações de pesquisa, inovação e educação.


“A Fiocruz está ombriada com os movimentos sociais e comprometida com cada desafio colocado neste seminário. Não há como produzir políticas públicas sem escutar e interagir com as populações nos diferentes territórios, e esse é o grande desafio da instituição em um país de dimensões continentais. Seguiremos presentes, ampliando redes de cooperação, fortalecendo o SUS e atuando de forma integrada para enfrentar as desigualdades e a crise ecológica e climática. Seguimos atuando junto a diferentes ministérios e territórios, levando a pauta ambiental e social para o centro das nossas agendas de pesquisa, inovação e educação. O que está sendo debatido aqui faz parte da nossa estratégia e nos inspira a prosseguir na construção de um país soberano, justo e comprometido com a saúde das pessoas e do planeta”, afirmou o presidente da Fiocruz, Mário Moreira.
Painéis e debates
A programação contou com atividades ricas e diversas, incluindo o painel “Ambiente na práxis da Saúde Coletiva”, no qual pesquisadores e especialistas debateram a necessidade de que a saúde coletiva se renove para compreender as questões ambientais de forma integrada, tanto em nível teórico quanto prático. Foram apresentados casos e experiências que ilustram como a saúde pública pode incorporar a agenda ambiental em ações de vigilância, prevenção e promoção da saúde, ampliando o olhar sobre determinantes ecológicos.
Já o painel “Os Movimentos Sociais e a Agenda de Saúde e Ambiente da Fiocruz” trouxe representantes de diversos territórios para compartilharem desafios vivenciados em comunidades afetadas por questões ambientais e sanitárias. A escuta ativa permitiu reconhecer contribuições valiosas dos movimentos sociais para a construção de uma agenda de saúde e ambiente comprometida com a equidade socioambiental.
Além disso, o painel Saúde, Ambiente e Sustentabilidade: perspectivas para a Fiocruz reuniu dirigentes da instituição, que expressaram publicamente seu compromisso com a agenda institucional, apontando caminhos para integrar ciência, gestão e responsabilidade socioambiental em todas as áreas da Fundação.












Rodas de conversa e construção coletiva
Os últimos dias foram dedicados às rodas de conversa temáticas, mediadas por indicações dos representantes das Câmaras Técnicas da Presidência e das vice-presidências da Fiocruz. Sob a pergunta norteadora “Quais são as lacunas, ofertas e desafios da Fiocruz para o enfrentamento da crise ecológica e climática com foco no território e no fortalecimento do SUS?”, foram discutidos temas como pesquisa, educação, inovação, gestão e planejamento estratégico, comunicação e divulgação científica, além de saúde global. As discussões deram origem a propostas concretas para fortalecer a atuação da instituição em cada uma dessas frentes que foram apresentadas ao final do evento.


Mural de Fotos do Evento




























































































