Representantes da Fiocruz Ceará participam de abraço simbólico à Lagoa do Porangabussu
Com o propósito de despertar a atenção e sensibilizar a sociedade em geral para a urgência e a necessidade da revitalização da região no contexto das ameaças climáticas, a sociedade civil organizada realizou, no dia 30 de junho, um abraço simbólico à Lagoa do Porangabussu, em Fortaleza. Na programação, Roda de Conversa sobre educação ambiental, atos culturais, mutirão de limpeza comunitária, teatro de bonecos, plantação e distribuição de mudas de árvores, brincadeiras para as crianças e outras atividades. Lizaldo Maia, Margareth Gallo e Charles Abreu representaram a Fiocruz Ceará no ato em defesa do meio ambiente.
A ação alerta para o efeito dos aterramentos e da redução das áreas verdes, que agravam a crise climática na cidade, e cobra a prometida revitalização da lagoa e seu entorno, que concentra equipamentos públicos e de saúde.
Lizaldo Maia, servidor da Fiocruz Ceará e integrante do núcleo do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes-CE) e Vaumik Ribeiro, do Conselho Municipal de Saúde de Fortaleza, coordenaram a roda de conversa sobre educação ambiental, com a professora Margareth Gallo, o superintendente do Ibama no Ceará, Deodato Ramalho e o deputado estadual Renato Roseno (PSOL).
A pesquisadora Margareth Gallo alertou para a poluição de corpos hídricos. “Rio Jaguaribe está poluído com metais pesados: cobalto, cromo e arsênio. Os mariscos, responsáveis pela filtração das águas fluviais, estão contaminados por esses metais. A literatura aponta três causas dessa contaminação: os dejetos da carcinicultura [criação de camarões em cativeiro]; os agrotóxicos do cultivo extensivo de fruticultura no estado do Ceará; e a exploração imobiliária da orla marítima”, esclareceu.
Para o superintendente do Ibama no Ceará, Deodato Ramalho, “fiscalizar também é uma forma de educar”. “O Ibama teve um período recente da mordaça na instituição”, lamentou Ramalho. “Falar de lagoas em Fortaleza é urgente e necessário”. O deputado estadual renato Roseno também participou do ato e alertou que, “no processo de educação ambiental, ouvir os relatos é fundamental. Em espaços muito pequenos de tempo, há uma profunda alteração da natureza”.
Dentre outros encaminhados decorrentes da ação, foi marcada uma reunião para o próximo dia 18 de julho, às 15h30, a Rua Frei Marcelino, 1025, Rodolfo Teófilo, para instituição do Fórum Permanente em Defesa do Meio Ambiente.
Participaram da organização do evento a Associação dos Moradores do Rodolfo Teófilo; o Centro Brasileiro de Estudos em Saúde (Cebes–Núcleo Ceará); a Pastoral da Criança Santa Paulina, a Pastoral Social da Paróquia São Raimundo Nonato de Fortaleza e o Sindiodonto-Ceará.
Fotos: Wellington Romão e Charles Abreu