Treinamento em biotério de nível 3 em Portugal reúne pesquisadores da Fiocruz Ceará e Fiocruz Paraná
Equipe, envolvendo especialistas em animais de laboratórios da Fiocruz Ceará e Paraná, participou em Portugal de treinamento em biotério de nível 3. As atividades foram realizadas no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S) da Universidade do Porto, o único de Portugal acreditado pela Association for Assessment and Accreditation of Laboratory Animal Care International (Aaalac), considerado a maior instância na categoria de fiscalização internacional em trabalho com animais de laboratório.
O treinamento contou com e-learning (educação a distância), aulas teóricas para permitir acesso às áreas, práticas de primeiros socorros em áreas de alto risco biológico e técnicas de contenção e descontaminação de áreas afetadas por acidentes biológicos. A prática foi baseada em entradas regulares das equipes nas áreas biocontidas, permitindo a avaliação do manejo, processamento e retirada de material contaminado, a coleta de material de animais infectados, além de técnicas de infecção de animais por aerossóis e produção de estoques de cepas de Tuberculose de alta periculosidade.
José Passos Cordeiro, pesquisador da Fiocruz Ceará e coordenador científico da Plataforma Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde em Portugal (PICTIS), por intermédio da diplomacia científica, organizou visitas técnicas na Fundação Champalimaud (para o estabelecimento de colônias de Zebrafish), ao VIASEF-In Vivo Arthropod Security Facility (infraestrutura de alta segurança para estudos “in vivo” com artrópodes) e aos insetários do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA), todos em Lisboa.
“Fomos surpreendidos com a qualidade do treinamento, desde noções básicas de contenção de agentes biológicos até a parte de infraestrutura, pessoal, equipamentos, gerenciamento experimental e até venda de serviços para atender instituições externas. Está sendo bem completo”, enaltece Giovanny Mazzarotto, tecnologista da Fiocruz Ceará que faz parte da equipe. O veterinário avalia ainda que o treinamento no I3S, antes voltado para alunos e pesquisadores internos, ampliou a atuação da entidade preceptora. “Agora iniciamos algo novo: A participação de agentes externos, como a Fiocruz, para receber treinamentos semelhantes”.
Segundo José Cordeiro e Giovanny Mazzarotto, o desdobramento do treinamento em Portugal deverá reforçar a diplomacia científica, concentrando esforços para trazer portugueses para o Brasil para outros tipos de treinamento, com foco em atividades à campo e outras áreas de interesse bilateral. “A ideia agora é levá-los para, no Brasil, trabalhar com temáticas mais específicas, principalmente de patógenos de alta periculosidade, só que em condições a campo, e iniciar workshops de transgenia em animais de laboratório e estabelecimento de colônias de zebrafish e insetários voltados para experimentos em nível de biossegurança 3”, sugere Mazzarotto.
De acordo com Maria de Lourdes, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, essa iniciativa de treinamento da equipe em Portugal trata-se de um momento importante para a experimentação animal da Fiocruz. De acordo com a Vice, a VPPCB deverá disponibilizar todo o apoio necessário às ações que permitam multiplicar os conhecimentos adquiridos da equipe treinada em Portugal para outras unidades da Fiocruz. Ainda segundo Maria de Lourdes, outra iniciativa da VPPCB é reativar a Comissão de Usuários de Animais de Laboratório (CUAL), sob coordenação do tecnologista da Fiocruz Ceará, Giovanny Mazzarotto.
Saiba mais
O treinamento foi contemplado no edital CNPq/MCTI-FNDCT CT-Transversal nº 29/2022 e contou com o apoio da Vice de Pesquisa da Fiocruz Paraná.
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