16/02/22Ecologias de Saberes
O Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde, da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz, promove na quarta-feira, dia 16 de fevereiro, de 9h às 12h, a aula aberta “Ecologias de saberes: dimensões filosóficas e epistemológicas para a produção de conhecimentos”. A atividade, sob coordenação do professor Marcelo Firpo (Neepes), contará com os debatedores João Arriscado Nunes e Bruno Sena Martins, ambos do Centro de Estudos da Universidade de Coimbra (CES/UC).
O evento, aberto ao público acadêmico em geral, irá aprofundar as bases filosóficas e epistemológicas da proposta conceitual e metodológica em torno de uma ecologia de saberes. Esse debate faz parte do curso internacional “A saúde coletiva em diálogo com as epistemologias do Sul” (EdS), sendo esta uma síntese da obra de Boaventura de Sousa Santos e sua equipe no Centro de Estudos da Universidade de Coimbra. As EdS apresentam-se como um pensamento alternativo de alternativas para repensar bases teóricas e metodológicas de emancipação social voltada à transição paradigmática diante da crise civilizatória da modernidade eurocêntrica envolvendo três eixos sistêmicos de opressão: capitalista, colonial e patriarcal. A proposta de uma ecologia de saberes busca avançar nos critérios de qualidade para a produção de conhecimentos que favoreçam processos dialógicos, colaborativos e não extrativistas junto às lutas de comunidades e movimentos sociais do Sul Global.
Na interface com a saúde coletiva, destacam-se as lutas por saúde, dignidade e direitos territoriais por parte de populações vulnerabilizadas que enfrentam exclusões radicais em sua dimensão ontológica, ou seja, por suas formas de ser, conhecer e se relacionar com a natureza e a coletividade. Fazem parte as diversas lutas sociais envolvendo violências e racismos contra populações indígenas, negras e de matriz africana, camponesas, mulheres, população LGBTI+ e moradores de periferias. Portanto, o debate busca contribuir para reinventar e descolonizar as bases conceituais e metodológicas da saúde coletiva em tempos de crise(s).