Participatório inicia cadastro de experiências

Voltado para a Vigilância Popular da Saúde, Ambiente e Trabalho, o Participatório em Saúde e Ecologia de Saberes é uma iniciativa “irmã” do SERPOVOS. O projeto é coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Ceará Fernando Carneiro e Ana Cláudia de Araújo Teixeira, ambos também integrantes da nossa pesquisa-ação com populações do campo, da floresta e das águas.

O Participatório quer conhecer e divulgar as experiências em Vigilância Popular da Saúde, Ambiente e Trabalho (VPSAT) existentes em todo o território nacional, com foco em populações vulnerabilizadas. Para isso, o projeto deu início ao cadastramento de experiências através do site – https://ceara.fiocruz.br/participatorio/. Quem cadastrar a experiência contribuirá com a pesquisa, a visibilidade das iniciativas, a produção de novos saberes e práticas de vigilância popular nos territórios e no SUS.

Serão selecionadas até 10 experiências, sendo 5 no Ceará e 1 para cada região do Brasil para serem acompanhadas pelo Participatório, por meio de oficinas integradas que resultarão na elaboração de planos de ação de VPSAT. O objetivo final é produzir um Guia de VPSAT para atender demandas de formação do Sistema Único de Saúde (SUS), movimentos populares, organizações comunitárias e instituições de pesquisa; produção de um vídeo; um curso; e um relatório multimídia que será disponibilizado no site do projeto contendo os perfis das experiências, além da produção de artigos acadêmicos.

O projeto “Vigilância popular da saúde, ambiente e trabalho: organizações comunitárias, serviços públicos de saúde e instituições de pesquisa atuando na defesa da vida de populações vulnerabilizadas” conta a parceria de diversas organizações, entidades, movimentos sociais e instituições, e é apoiado pelo Edital Inova Fiocruz de Emergências de Saúde Pública.

O que é a VPSAT?

A Vigilância Popular da Saúde, Ambiente e Trabalho (VPSAT) tem sido utilizada para nominar práticas de vigilância que privilegiam o protagonismo de comunidades, organizações e movimentos sociais. Pode envolver diferentes graus de atuação do Estado, da academia e dos profissionais de saúde, desde que estes reconheçam os atores e saberes populares e se impliquem nos processos participativos de natureza dialógica. Assim, trata-se de uma área que consiste em olhar e intervir junto ao Estado, promovendo a apropriação da população do conhecimento técnico-científico em diálogo com saberes populares.

Nesse contexto, podemos considerar a VPSAT como iniciativas que não são apenas dos serviços, mas que também surgem das comunidades/territórios pelos saberes populares. Na vigilância popular a comunidade pode gerar e analisar os próprios dados; e realizar o protagonismo por meio de tecnologias sociais/monitoramento simplificado.

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