O que fazer em caso de acidente com animal peçonhento?

Acidentes com animais peçonhentos são muito comuns em todo o mundo, especialmente em regiões tropicais, como é o caso do Brasil. A estimativa global é de quase 2 milhões de casos anualmente. Por isso, desde 2009 a Organização Mundial da Saúde classifica os acidentes com animais peçonhentos como um problema de saúde pública negligenciado, ou seja, para o qual os países não estão dando a necessária atenção. 

Entre 2009 e 2019, o Ceará teve mais de 54 mil registros de acidentes do tipo. Nesses 10 anos, a Secretaria da Saúde do Estado (SESA) verificou o aumento dos casos com abelhas, aranhas, escorpiões e cobras. O registro de acidentes envolvendo abelhas, por exemplo, cresceu mais de oito vezes. Russas e Barbalha são os municípios com o maior número de acidentes registrados nesse período. Com serpentes, foram 54.867 notificações. Quase 63% dos casos foram com a espécie jararaca. Tauá é o município com mais registros em todo o Estado. 

Já as aranhas foram responsáveis por 345 acidentes apenas no ano de 2019. A maior parte foi causada pela aranha-marrom, e os casos se concentram mais na cidade de Fortaleza. 2019 também foi o ano com maior número de acidentes provocados por escorpião. Foram 7.770 registros. Mas apesar do aumento permanente de acidentes desde 2009, em 2020 o número caiu para 3.049 casos.

Para as populações que vivem em zonas mais rurais, como é o caso dos povos do Campo, Floresta e Águas, unidades de referência para atendimentos desses casos muitas vezes estão em lugares mais distantes. Por isso é fundamental ter acesso à informação sobre os tipos de animais peçonhentos existentes na região, como se prevenir de acidentes envolvendo esses bichos e saber o que fazer caso aconteça. 

Algumas dessas informações podem ser encontradas no Boletim Epidemiológico de Acidentes por Animais Peçonhentos Ano 2020, da SESA. Nossa equipe de pesquisa-ação convidou o biólogo, doutor em Ecologia e pesquisador da área de Saúde e Ambiente da Fiocruz Ceará, José Luís Passos Cordeiro, para apresentar e comentar os dados. Você pode conferir no vídeo abaixo: 

Ilustração de capa: Ricardo Wagner

Os dados do Boletim de Animais Peçonhentos são coletados e analisados pela Célula de Vigilância Epidemiológica, da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção à Saúde, da SESA. A Secretaria afirma trabalhar em diversas frentes para evitar que esses acidentes ocorram, inclusive com treinamento dos profissionais de saúde e ações de educação com a população. 

No vídeo, José Luís Passos fez questão de mostrar os contatos do Centro de Assistência Toxicológica (CEATOX) que estão no boletim. É possível acionar a equipe do centro se você não souber o que fazer em caso de acidente envolvendo animais peçonhentos. A gente deixa os contatos aqui também para facilitar o acesso:

0800-722-6001
(85) 3255-5050
(85) 98439-7494
(Whatsapp 24h)

Aqui você tem acesso ao boletim na íntegra: https://www.saude.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/9/2018/06/boletim_animais_peconhentos_27_11_2020.pdf  

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