Bem Viver versus mineração: defesa da terra, da água e da produção de alimentos saudáveis

Descrição

Mobilização das comunidades em defesa do território e dos modos de vida da população frente aos impactos na saúde e no ambiente causados pela mineração.

Problema motivador

As comunidades foram profundamente afetadas pela exploração de ferro realizada por uma empresa mineradora instalada no território. Após o início da extração do ferro, casos de doenças respiratórias graves, doenças de pele e cânceres foram registrados. Resíduos da extração provocaram poluição do ar e da fonte de água - o Rio Poty -, contaminando plantações e animais. As famílias organizaram reuniões, intercâmbios e acionaram instituições de pesquisa e órgãos públicos para averiguar impactos e buscar soluções.

O que propõe de inovação na saúde?

A prática do bem viver, caracterizada na relação de cuidado mútuo entre as camponesas e os camponeses, pescadores e pescadoras de água doce e o rio Poty: os povos, no respeito à natureza e na defesa do território contra a devastação provocada pela mineração; e o Rio, garantindo água em abundância para que as comunidades possam beber, plantar e cuidar dos animais.

Quem participa?

600 pessoas contempladas. Famílias camponesas, agricultoras e agricultores familiares, e ribeirinhas e ribeirinhos organizados em torno das Associações Comunitárias e do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais de Quiterianópolis.

Como a experiência desenvolvida na comunidade contribui para a saúde dos participantes?

• A mobilização comunitária em torno da luta pelo direito de viver no território, pela sobrevivência e pela preservação da natureza garantiu que a extração de minérios fosse paralisada, freando a poluição e o aumento de doenças.

O que é o cuidado em saúde?

• Comer produtos sem veneno (peixe e agricultura sem contaminação);
• Cuidar da água, da terra e da floresta;
• Respeitar os povos (os impactos da mineração são agressões, e elas provocaram transtornos psicológicos na população);
• Ter água e ar limpo, sem contaminação pela poeira da mineração.

Como as necessidades em saúde da comunidade estão sendo atendidas pela APS?

• A equipe de Saúde da Família conta com um técnico de enfermagem, uma enfermeira e um clínico geral;
• As visitas acontecem só uma vez por mês;
• Deixa a desejar pois não há comunicação e diálogo efetivo;
• Faltam profissionais, medicamentos e não há visitas suficientes;
• Faltam profissionais e conhecimentos para atender demandas de saúde, e a equipe não deu atenção aos casos de doença registrados com a mineração;
• Na Unidade Básica, quando há necessidade de um especialista, a demanda é enviada para a Secretaria de Saúde e o atendimento demora meses ou até anos.

Como inovar no cuidado em saúde no território?

• A comunidade se organizando para buscar diálogo com profissionais da saúde e da gestão municipal;
• Garantindo uma equipe de profissionais qualificados, que possam garantir mais atendimento nos postos de saúde e visitas de agentes e médicos nas comunidades;
• Realização de mutirão de saúde no território para visitar famílias e analisar os casos de doenças associadas à mineração.

  Acesse aqui o Caderno da Experiência O Bem Viver X a mineração: defesa da terra, da água e da produção de alimentos saudáveis e saiba mais.

Conversa desenhada

Galeria de imagens

Parcerias

• Cáritas Diocesana de Crateús;
• Casa da Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú;
• Comissão de Direitos Humanos e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Ceará;
• Comissão Pastoral da Terra;
• Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará;
• Escritório de Direitos Humanos e Assessoria Jurídica Popular Frei Tito de Alencar;
• Movimento dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais Sem Terra;
• Movimento pela Soberania Popular na Mineração;
• Paróquia de Quiterianópolis;
• Pastoral da Juventude Rural.